sábado, 17 de dezembro de 2011

O Retorno

AGUARDEM NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE A REATIVAÇÃO DO GRUPO REPI PARA 2012.1.

UM NOVO MODELO DE TRABALHO, COM UM NOVO PLANO DE DESENVOLVIMENTO.

CONTAMOS COM VOCÊS!

terça-feira, 29 de março de 2011

ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA EM FOCO: As insurreições populares no mundo islâmico

O Grupo de Estudos “Relações Econômicas e Políticas Internacionais” do Instituto de Pesquisas Sociais - IPS, em parceria com o Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs (PPDRU), realizará no próximo dia 13 de abril, o 3º Seminário “EM FOCO”:

 “ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA EM FOCO: As insurreições populares no mundo islâmico”

Evento que pretende discutir as incógnitas surgidas a partir dos recentes movimentos populares deflagrados no mundo islâmico, a hegemonia dos Estados Unidos na região, a situação do Estado de Israel, o confronto entre Sunitas e Xiitas e, através do imaginário histórico, refletir esse momento como um possível 1968 islâmico.

PALESTRANTES
Prof. Fernando Cardoso Pedrão – Diretor Geral do IPS.
Prof. Margarete Rodrigues Neves Oliveira – doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, mestre em Geografia pela UFBA e professora da ESAEX.


LOCAL: Unifacs - Auditório do PA 8 (em frente ao “A Tarde”)
HORÁRIO: 19:00 horas
DATA: 13 de Abril de 2011

INSCRIÇÕES: gruporepi@gmail.com



Obs.: Evento aberto ao público (Certificados On-line).
Obs.¹: Válido como horas de atividades complementares para alunos da Unifacs.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Instituto de Pesquisas Sociais

O Grupo REPI (Relações Econômicas e Politicas Internacionais) vem em um esforço cotidiano para manter viva a chama do Pensamento Internacional na Bahia.

Discussões, debates e projetos estão sendo desenvolvidos desde 2009 na tentativa de resgastar um modo de pensar genuinamente baiano de ver as Relações Internacionais e expandir esse conceito para além das fronteiras locais.


É nesse sentido que o Grupo REPI, juntamente ao IPS, se coloca de  portas abertas para adesão de novos membros que queiram fazer parte desse processo.

Novas mentes e novos pensadores são sempre bem-vindos, especialmente quando comungam dos mesmos objetivos!

Se quiser se tornar um membro do Instituto de Pesquisas Sociais - IPS e do Grupo de Relações Econômicas e Politicas Internacionais entre em contato através dos e-mails: gruporepi@gmail.com ou institutodepesquisassociais@gmail.com

Os sócios do IPS tem o direito de frequentar as reuniões de qualquer um dos grupos de pesquisa que atuam no instituto; receberão e poderão publicar textos no Boletim Informativo IPS; terão livre acesso aos eventos e cursos oferecidos pelo instituto. Dentre outros Benefícios.

Palestra Prof. Fernando Pedrão


Crítica aos fundamentos doutrinários do debate sobre o positivismo sutil
As chamadas ciências sociais aplicadas, auto destituídas de preocupações teóricas, têm demonstrado uma tácita aversão por reflexões teóricas sobre seus próprios fundamentos, contribuindo para um afastamento funesto em relação com Filosofia e História. A opção pela visão capitalista da educação, consagrada pelo Pacto de Bolonha, que representa uma tergiversação do projeto histórico de universidade, consagra essa separação entre o mecanicismo e a teleologia. Além da mercantilização, há uma desvalorização subalterna. Define-se um estranhamento entre a proficiência mecânica e a inconsistência doutrinária. Revela-se a necessidade, no sentido mais rigoroso do termo, de uma reconstrução teórica e de um esclarecimento ideológico das práticas de administração tanto como das práticas econômicas. 

Com estas referências, o objetivo destas notas é o de examinar os condicionantes históricos da racionalidade administrativa no Brasil, a partir de uma reflexão sobre os principais paradigmas teóricos que a sustentam, seja de modo consciente ou apenas reflexo. É uma manobra que significa voltar aos autores oficialmente cultivados pela ideologia da gestão, que seriam, a nosso ver, Max Weber e  Alfred Marshall com uma extensão a Joseph Schumpeter. Nesse contexto figuras tais como Taylor e Porter não são consideradas por serem apenas projeções mecânicas e reducionistas dos anteriores. A hipervalorização de Michael Porter em círculos da economia dita empresarial aparece como um evento de mau gosto, que confunde leituras apressadas de Schumpeter com o empirismo neoclássico de Hansen, Samuelson e outros. Entendemos que esse campo neoclássico poderia ser muito enriquecido com uma revisão cuidadosa da obra desses mesmos  autores que recupere sua diversidade temática. Concretamente, como veremos adiante, é uma observação que se aplica ao empirista Marshall e ao weberiano Chandler.

Outras adjacências de método devem ser expostas, para que se possa descobrir o subsolo teórico destas formulações de gestão. Tratemos primeiro com Scumpeter, por sua maior proximidade com Weber. Em seu primeiro livro exclusivamente teórico, Economic doctrine and method, Schumpeter faz questão  fechada com a doutrina dos Fisiocratas sobre o fluxo circular , mas em sua Teoria do desenvolvimento economico substitui o enfoque macroeconômico por um esquema microeconômico baseado em capitalistas ideais ao estilo de Weber, mas em aberta contradição com as alegações de análise histórica dos dois.

O positivismo lógico de Carnap tem um papel metodológico colateral, dada sua identificação com o neo-kantismo da chamada Escola de Viena e o auto-denominado realismo crítico de Karl Popper será visto como uma proposta de método para a Física, sujeito a inúmeras restrições tal como nos mostraram Anthony Giddens e Gilles Deleuze. No mesmo sentido, tomaremos como referência a análise que faz Raymond Boudon da sociometria anti-histórica de Paul Lazarsfeld.

Nossa tarefa, portanto, se coloca em um ponto rio acima, onde as raízes kantianas precisam ser expostas, inclusive para fazer justiça ao próprio Kant. A Escola de Viena tomou emprestado o capítulo metodológico da obra de Kant, sem se preocupar muito com as razões pelas quais ele foi construído e sem se reconhecer que o método em Kant é o instrumento do desmonte de seus antecessores, especialmente de Wolf e de Hume, além de mostrar as insuficiências do paradigma newtoniano para o pensar o mundo da vida. A divisão de águas surge com o imperativo da ética e se prolonga com a filosofia da história. O imperativo categórico da ética é o que estabelece que a razão prática surge da vontade, pelo que integra o mundo social. Daí, os fatos do mundo social estão ligados à racionalidade, estão carregados de valor. Citaremos Mchéle Crampe- Casnabet, leitora qualificada de Kant, quando ela nos diz que “no homem, que pode ser duplamente determinado,a regra toma a forma da necessidade, é imperativa, define-se como dever” (1994, pp.72).

Vemos aí, pela primeira vez, que a insistência de Weber em separar fato e valor, que viria a sustentar a tese de uma burocracia condutora de modernidade, entra em contradição, primeiro por ignorar os valores dessa burocracia em segundo lugar por atribuir diferenças sobre comportamentos individuais quando ele próprio caracteriza o atraso com a “classe” dos junkers. É conveniente ir ao próprio Weber para eliminar qualquer dúvida [1]. Preocupado com a invasão polonesa da Prússia, Weber combina sua análise do nascimento das comunidades mercantis com uma questão racial (1969, pp.315 a 324) e filtra suas colocações sobre religião com uma visão racista de nacionalidade.  Teremos que voltar a capítulos anteriores (1969, pp. 178 a 180) para encontrar uma colocação formal da dominação burocrática como um fato cultural.  O problema que encontramos em A ética protestante e o espírito do capitalismo é que nesse ensaio Weber identifica ética com religião, com o que tacitamente descarta a questão da ética kantiana centrada em vontade e liberdade. Intencionalmente ou não, Weber ignora o fundamento violento e depredatório  do capitalismo, aceitando como únicas suas regras estabelecidas desde o ponto de vista das empresas, isto é, dos capitalistas.

Nosso propósito de reencontro com Kant e seu humanismo


                                               Referências bibliográficas
BOBBIO, Norberto,( org. Michelangelo Bovero) Teoria geral da Política, Rio de Janeiro, Elsevier, 2007
BERTHELOT, Jean-Michel, Sociologia, História e Epistemologia, Ijuí, Editora Ijuí, 2005
CRAMPE-CASNABET, Michèle, Kant, uma revolução filosófica, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1994.
KANT, Emanuel,  Crítica da razão prática, São Paulo, Martins Fontes, 2008
PEDRÃO, Fernando, Economia, política e poder, Salvador, Podium, 2009
SCHUMPETER, Joseph, Economic doctrine and method,
WEBER, Max, Economia y sociedad, un esbozo de sociologia comprensiva, 2 vols. México , Fondo de Cultura Económica, 1969.
-------------------- A ética protestante e o espírito do capitalismo, São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1992.